Parceria da estatal para área de refino vai incluir ativos de logística
RIO - O modelo de parceria entre Petrobras e iniciativa privada na área de refino vai incluir ativos de logística, como dutos e terminais usados para escoar combustíveis, informou o diretor de Refino e Gás da estatal, Jorge Celestino. Segundo ele, essa é uma das formas que vem sendo avaliadas pela Petrobras para tornar o negócio mais atraente. Os estudos sobre o novo modelo ainda estão em andamento e devem ser apresentados ao Conselho de Administração da companhia até o fim do ano.
— Vamos reunir os ativos de logística e refino em uma mesma empresa, para que isso faça sentido econômico para o sócio. Não está nada aprovado ainda (pelo conselho) — disse Celestino, após apresentação sobre o mercado de refino na Rio Oil & Gas, evento da indústria do petróleo que ocorre no Riocentro.
Segundo Celestino, a ideia é que a infraestrutura logística e fatias das unidades de refino sejam reunidas em uma única empresa e a Petrobras tentará atrair sócio privado para esta empresa. A operação dos dutos e terminais caberá a uma terceira companhia — que pode estar sob o comando da Petrobras ou não —, pois a legislação não permite que uma mesma empresa seja dona do refino e da infraestrutura logística.
Hoje, a Petrobras monopoliza o refino, embora a legislação permita a participação da iniciativa privada. A estatal também controla os dutos e terminais no país usados para transportar gasolina, diesel e outros derivados produzidos nas refinarias até os mercados consumidores. Uma das principais críticas da iniciativa privada é justamente a falta de acesso à infraestrutura de escoamento.
— O modelo que estamos avaliando vai ter acesso a mercado e volume (de refino) — afirmou o diretor da Petrobras. — Não podemos ter uma empresa que tem 100% do downstream (refino e logística de escoamento).
De acordo com ele, não está definido se a empresa a ser criada reunirá uma participação de uma refinaria e os ativos de logística usados por ela ou se reunirá participações de mais refinarias e diversos dutos e terminais.
Ele reafirmou que, no horizonte do plano estratégico da empresa (até 2021), a Petrobras não cogita a construção de uma nova refinaria. No entanto, o diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Aurélio Amaral, defendeu a construção de mais duas refinarias até 2030, uma no Maranhão e uma no Centro-Oeste, onde está a maior demanda.
Ele prevê que o Brasil tenha que importar 1,1 milhão de barris por dia de derivados em 2030, para abastecer o mercado consumidor. Hoje, a importação líquida do país está em cerca de 200 mil barris diários.
http://extra.globo.com/noticias/economia/parceria-da-estatal-para-area-de-refino-vai-incluir-ativos-de-logistica-20348415.html
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