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sexta-feira, 8 de julho de 2011

CENTRO DE LANÇAMENTO DE ALCÂNTARA (CLA)


 Inovação Tecnológica em Rastreio
Centro passa por renovação tecnológica.
A nova sala de controle já está sendo utilizada

Paulo Junzo e Hirasawa e
José Ubirajara de Castro/CLA

Telêmetro Laser 1

As atividades de lançamentos de satélites exigem muita perícia dos profissionais que as executam. A segurança nessa área é item primordial, tanto que, no entendimento Ca comunidade internacional, todo dano ou injúria advinda de um lançamento é imputada ao país onde ocorreu. Isso faz com que os centros responsáveis por essa atividade se modernizem cada vez mais, com intuito de aumentar a capacidade de tomada de decisões que projetam as pessoas e o meio ambiente, como, por exemplo, a teledestruição de um foguete tão logo a trajetória irregular seja detectada. Para auxiliar essa tomada de decisão que é feita em frações de segundos, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) adquiriu recentemente um dispositivo chamado Sistema de Rastreio Óptico (SISROT) que tem como objetivo rastrear foguetes nos primeiros instantes de lançamento.

Desenvolvido pela empresa brasileira Omnisys, o sistema produz imagens dos lançamentos e fornece, em tempo real, informações de posição angular chamada azimute que mede a elevação e a distância do alvo para a central de dados de lançamento. Ele utiliza imagens captadas por câmaras CCD (detecção do alvo com luz visível) e infravermelho (detecção do alvo com raios infravermelho), ambas utilizadas para determinar as coordenadas de azimute e elevação do alvo. A câmera de rastreio por infravermelho permite a detecção de alvos de 2,3m X 2,3 m com até 16 km de distância, atendendo os critérios da norma STANAG 4347 (sigla em inglês para padrões de qualidade mínima-normas técnicas sobre engenharia militar). As medidas de distância são obtidas por um telêmetro laser (instrumento óptico para medir a distância entre um observador e um ponto inacessível), que tem o alcance de 20 km.


Os lançamentos são divididos em três fases. A primeira etapa é a preparação, a segunda o lançamento propriamente dito e por fim, o rastreio do objeto lançado. As três de vital importância, tendo em vista que o êxito de uma operação depende do sucesso de cada etapa. A fase de preparação envolve atividades de logística, verificação e testes dos meios operacionais, assim como a colocação do veículo na rampa de lançamento. Já a última etapa é caracterizada pela ativação do sistema propulsivo e tem seu encerramento com a entrada da carga útil em órbita (satélites), ou sua queda em terra (veículos suborbitais), ou, ainda, o abandono da órbita terrestre (veículos em viagem interplanetária). Finalmente, a fase de rastreio, começa com a saída do veículo do lançador e termina onde a vista, ou melhor, os sensores, alcançam.

Para o diretor do CLA, Coronel Aviador Ricardo Rodrigues Rangel, que atua na área espacial há mais de uma década, o SISROT será importante, pois dará a segurança necessária para esta atividade. “Os momentos mais críticos de um lançamento são os instantes iniciais do vôo. Para garantir a segurança de um lançamento, há que se ter um bom sistema de rastreio”, enfatiza Rangel.


O sistema é dividido em três componentes, interconectados por cabos. O pedestal é responsável pela movimentação e apontamento dos sensores. Possui uma câmera de rastreio CCD, uma câmera de rastreio IR, laser e uma câmera de gravação. Ele também possui circuitos para a transmissão dos sinais destes sensores para o gabinete. O gabinete tem um módulo que acomoda os processadores de rastreio, os servo-controladores (sistema que controla e aciona o motor no sentido necessário para posicionar o eixo na posição desejada) e fornece a alimentação para todos seus componentes e os do pedestal. O console de operação é responsável pelo funcionamento do sistema e a monitoração de seu status.


Em 2010 foram realizados testes e toda funcionalidade do SISROT foi comprovada. O projeto foi recebido em fábrica pelo CLA e a infra-estrutura necessária para instalação do equipamento encontra-se em fase final de construção. Após a conclusão dessa etapa, os operadores serão treinados para que, já em 2011, o equipamento esteja totalmente incorporado no sistema de rastreio do Centro de Lançamento de Alcântara.

Segundo o diretor do CLA, Coronel Aviador Ricardo Rodrigues Rangel, o SISROT é uma peça fundamental para o Programa Espacial Brasileiro. “O SISROT é a materialização da curiosidade de brasileiros e a capacidade de usar as faculdades de pensar e inovar, a fim de transformar uma idéia em realidade. O Programa Espacial Brasileiro ganha com este sistema uma importante e inovadora ferramenta que garantirá lançamentos e rastreios mais seguros”, conclui.

Fonte: Revista Espaço Brasileiro - num. 11 - Abril, Maio e Junho de 2011 - págs. 20 e 21

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