JORNAL O ESTADO DO MARANHÃO
O peso e o tamanho do torquês não assusta a trabalhadora Jeane Moura, que consegue manusear a ferramenta, de mais de meio quilo, com a habilidade de quem já lida com o material há muito tempo. O canteiro de obra em que Jeane atua é o experimental. É que ela está fazendo o curso Armador da Construção Civil, oferecido pelo Plano Setorial de Qualificação Profissional Petróleo e Gás (Planseq P&G). O curso é uma promoção do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo (Prominp), em parceria com o Ministério do Trabalho e a Secretaria de Estado de Trabalho e Economia Solidária (Setres).
Com duração de dois meses e meio, o curso prepara profissionais para atender à demanda da construção civil. Além da Formação de Armador, o Planseq P&G está formando carpinteiros, pedreiros e pintores prediais. Somente em São Luís, 580 profissionais destas ocupações estarão chegando ao mercado de trabalho e estão preparados para ocupar uma vaga no setor, que é um dos que mais emprega no Maranhão.
Entre os trabalhadores, 280 têm o registro da nova formação na Carteira de Trabalho. Até 15 de outubro, mais 300 receberão o registro e o certificado. Todos com aproximadamente 160 horas de aula prática em um canteiro de obra experimental, como o que a trabalhadora Jeane Moura atua.
A trabalhadora explicou que já foi Auxiliar Administrativa por muitos anos e teve formação técnica em Contabilidade. Mas a maternidade acabou obrigando-a a deixar o trabalho de lado e para retornar ao mercado ela concluiu que precisava de uma reciclagem profissional. “Ouço muito que a construção civil precisa de trabalhadores qualificados e eu achei que seria um mercado que eu poderia me preparar para tentar uma vaga”, disse.
Jeane Moura não é a única mulher da turma: dos 22 alunos, apenas quatro são homens. E a questão de gênero foi superada durante o curso. O trabalhador Luis Fernando Nascimento, 21 anos, disse que prefere a obra cheia de mulheres. “Fica mais bonito, né?”, disse. Ele já trabalhou no setor, na função de Servente de Pedreiro. Agora quer alçar voos mais altos, por meio do curso de Armador. “O salário é melhor, e pelo que aprendi aqui nas aulas, o trabalho parece ser muito bom”, comentou.
A autônoma Leozânia Lira se sente preparada para ocupar uma vaga nesse mercado. “Quero muito ter a minha chance na construção civil. E eu acredito no Sine; é por lá que vou conseguir minha vaga”, avisou.
Encaminhamento -A Setres, por meio do Sine, assumiu o compromisso de encaminhar os profissionais qualificados para as empresas que estão em busca de trabalhadores com este perfil. “Estamos fazendo a convocatória para as construtoras, para o Sinduscon e para quem mais precisar de profissionais da construção civil, pois o Sine tem o trabalhador que eles procuram”, enfatizou o secretário de Estado de Trabalho, José Antônio Heluy.
Ele explicou que não é apenas São Luís que recebe novos profissionais qualificados na área. “Nas cidades de Santa Rita, já temos turmas prestes a receber o registro da ocupação e o certificado. Em Morros e Icatu, já há turmas em andamento e Rosário deve começar suas turmas agora em outubro”, informou.
A grande procura por profissionais qualificados, por parte das empresas, e a procura por cursos de qualificação pelos trabalhadores são um fenômeno que tem movimentado o Maranhão, em um reflexo do desenvolvimento dos grandes projetos, que estão se instalando no estado.
Para atender à demanda de mão dupla, já funciona o Maranhão Profissional, lançado em maio pela governadora Roseana Sarney. O programa está gerenciando as vagas de qualificação oferecidas no Maranhão por meio de atividades como os cursos do Planseq P&G e as vagas do Programa Capacitar, que tem formado profissionais da Construção Civil e de Montagem Industrial na Região Tocantina.
Para José Antônio Heluy, a chegada de tantos profissionais qualificados ao mercado é a resposta que a sociedade maranhense tem esperado do Governo do Estado para as mudanças estruturais por que o Maranhão tem passado.
“O Governo do Estado tem procurado parceiros e conseguido êxito nessa busca”, opina.
Mais
Pelo Programa Capacitar, realizado em Imperatriz, Açailândia, Governador Edison Lobão, João Lisboa e Porto Franco, mais de 600 trabalhadores já estão formados e certificados nas ocupações de armador, carpinteiro, pedreiro, Instalador hidro-sanitário, operador de equipamentos e montador de andaimes. Mais 600 estão na fase de certificação.
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