As obras civis do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), no Porto de Itaqui, em São Luis (MA) foram lançadas . O Tegram é o mais importante empreendimento do país para o escoamento dos grãos produzidos no chamado arco Norte, que compreende estados do Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Para o presidente da Aprosoja, Carlos Fávaro, este terminal é fundamental para a produção mato-grossense. “A vocação de Mato Grosso é a saída por portos como Itaqui, Itacoatiara e outros da região”, explicou.
Quando pronto, tenderá a acabar com a irracionalidade do fluxo da exportação do agronegócio brasileiro, cuja esmagadora maioria dos volumes percorre um ilógico caminho para sair pelos portos do Sudeste e Sul. O presidente da Aprosoja também ressaltou que a região Leste será a primeira beneficiada com esta ampliação. “Com a ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), o escoamento da região médio-norte também será facilitada”, disse.
O terminal terá capacidade para movimentar até 10 milhões de toneladas, ampliando o potencial futuro do porto do Itaqui para movimentar 15 milhões de toneladas de grãos, o equivalente a um terço da capacidade instalada para exportações de granéis sólidos pelos portos das regiões Norte e Nordeste.
Atualmente, a oferta de escoamento do Itaqui para esse tipo de carga, de aproximadamente 2,5 milhões de toneladas, já está tomada, diz o presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), Luiz Carlos Fossati, que arrendou à iniciativa privada a construção e exploração do terminal.
O Tegram é um investimento de R$ 322 milhões feito em parceria pela Glencore, CGG Trading, Consórcio Crescimento (formado pela francesa Louis Dreyfus Commodities e a Amaggi Exportação) e NovaAgri. Juntas, as empresas ofereceram R$ 143,1 milhões pelo direito de explorar o terminal por 25 anos, renováveis por igual período.
O terminal maranhense ocupará uma área de 161.308 metros quadrados que abrigará quatro armazéns de estocagem de granéis sólidos. Ao todo, a oferta estática de armazenamento será de 500 mil toneladas, distribuídas igualmente entre as quatro unidades. Quando em operação com a capacidade total, o terminal será servido por dois berços de atracação - um já existente, o 103, e outro recém-inaugurado, o 100. Cada um deles tem 320 metros de extensão e possibilidade de receber navios com até 15 metros de calado.
O Tegram será construído em duas fases. A estimativa é que a primeira, para 5 milhões de toneladas, esteja pronta até o fim de 2013. A segunda etapa adicionará mais 5 milhões de toneladas e será erguida conforme a demanda, mas a projeção é que esteja operacional em 2019. "Sabemos que existe uma demanda reprimida no Sul do Maranhão e no Centro-Oeste porque hoje a maior parte do escoamento é feita pelos portos do Sul e do Sudeste", afirma Fossati.
Em 2011, o porto do Itaqui ficou em 6º lugar no ranking dos principais exportadores de soja do Brasil. Quando o Tegram estiver a pleno vapor, a expectativa é que Itaqui pule três posições, ficando atrás apenas de Santos e Paranaguá, respectivamente primeiro e segundo. E seja a principal porta de saída do Norte e do Nordeste para o agronegócio.
"O Tegram vai desafogar os portos do [região] Sul e, com isso, tornar a produção do Norte mais competitiva", afirma o presidente da Emap.
Fonte: Aprosoja + Valor Econômico
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