Maranhão. Agricultores têm despesas com obras nas estradas para não perder a produção. Problema de escoamento pode prejudicar a boa safra de soja, em Balsas A safra é considerada boa na região de Balsas, no Maranhão, onde os produtores de soja estão em plena colheita, mas as estradas encontram-se em péssimas condições, dificultando o escoamento do grão. No ano, os agricultores maranhenses plantaram 553 mil hectares do grão. Houve um aumento de 10% em relação ao ano passado. A chuva na medida certa fez a produtividade crescer e o resultado é uma safra acima de 1,6 milhão de toneladas, segundo dados da Conab, Companhia Nacional de Abastecimento. Então surgem as péssimas condições das estradas, dificultando o escoamento do que é produzido no campo. Uma das principais vias de acesso de transporte de grãos é a rodovia estadual MA-140. Por ela circulam caminhões carregados com grãos colhidos na região dos Gerais, em Balsas, principal município produtor de soja, a 800 quilômetros de São Luís. Restauração Os agricultores dos Gerais de Balsas colherão, este ano, quatrocentas mil toneladas de soja. Para que a produção não se perca no campo, estão sendo obrigados a recuperar estradas. Esse é um trabalho que envolve até mesmo a construção de pontes. Tratores agrícolas estão sendo empregados na pavimentação de um trecho da estrada MA-140. Cinco vizinhos juntaram-se, cederam máquinas e combustível. Agricultores, que deveriam estar produzindo no campo, interromperam a colheita para ter gastos nas obras da estrada. Da estrada ao porto A estrada cheia de lama dá acesso à BR-230, em Riachão. Ela leva até a ferrovia norte-sul em Porto Franco, onde as cargas dos caminhões são despejadas nos vagões com destino ao porto, em São Luís, e depois para o mercado internacional. Mesmo onde há asfalto os prejuízos se acumulam. Os caminhoneiros reclamam dos percalços na estrada. São muitas pedras, atoleiro e água, o que acaba por danificar os pneus. Os grãos acabam embarcando em navios no Porto do Itaqui, que fica em São Luís, capital do estado. No lugar devem passar este ano duas milhões de toneladas de grãos. Além de servir como saída para os produtos brasileiros, o porto também é porta de entrada para parte dos fertilizantes que os agricultores maranhenses utilizam nas lavouras. “O problema do frete acontece nas duas pontas: no período de preparo de área, com a dificuldade para que os fertilizantes cheguem aos pontos onde serão utilizados no sistema de produção; E na hora de comercialização do produto. Então, hoje, frete significa para o produtor rural praticamente 10% do valor de seu produto, ou seja, quase US$ 2 para cada saco de 60 quilos. Isso tira competitividade em quase 30% dos nossos produtos. Nós temos o anel da soja, que é composto por várias MAs e duas BRs. O poder público precisa estar aliado ao produtor para que se minimize o problema das estradas. Caso contrário, no período certo de escoamento de produção, vamos perder competitividade do nosso produto no mercado”, alertou Antônio Figueiredo, assessor técnico da Federação de Agricultura e Pecuária do Maranhão. A Secretaria de Infraestrutura divulgou nota alegando que as obras na estrada não foram feitas por causa do período eleitoral, devido a Lei de Responsabilidade Fiscal. E anunciou que assim que terminar o período de inverno no Maranhão o governo pretende investir R$ 200 milhões em 300 quilômetros de estrada. O Denit, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, não enviou explicações sobre a situação da BR-230, que é de responsabilidade federal. Fonte: Globo Rural (matéria editada e adptada pelo Portal AgroValor) |
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sábado, 13 de agosto de 2011
SAFRA BOA,MAS ESTRADA PÉSSIMA
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